domingo, 28 de fevereiro de 2010

Morre José Mindlin, O Maior Bibliófilo do Brasil

Hoje, vou dormir triste. Ainda a pouco li a reportagem sobre a morte do José Mindlin.
Queria que a sentença acima se explicasse por si só, mas acho que nem mesmo todos que conhecem a minha paixão pelos livros a entenderiam de imediato. Bem, acredito que todos os que amem os livros, pelo que eles representam, também sentem um afeto especial por José Mindlin. Nascido em 8 de setembro de 1914, em São Paulo, advogado, empresário, bibliófilo, mecenas e imortal. Ocupante da cadeira de número 29 da ABL, desde 2006 ( por que tão tarde?), opôs-se à ditadura na sua decisão de não deixar que enterrassem Vladmir Herzog como suicida, doou, em vida, a maior parte da sua coleção sobre o Brasil à USP... não se resumem 95 anos de vida em poucas palavras e eu não sou nenhum especialista em José Mindlin.
Para mim, ele sempre foi um senhor que amava os livros, não os colecionava pelo seu valor ou pelo status, mas porque queria cuidar deles, saber o que eles sabiam. Seus 45 mil volumes eram 45 mil oráculos, histórias e estórias imortalizadas. Sempre fiquei imaginando o que ele já teria lido, quantos mundos teriam se aberto diante dos seus olhos, quantas viagens teria feito...
Hoje, vou dormir triste, porque meus livros, meus amigos, estão de luto e a tristeza dos meus amigos é a minha tristeza.